Ouro e prata disparam para máximas em vários anos em meio a tensões no Fed
O preço do ouro e da prata disparou para máximas históricas, impulsionado pela pressão do presidente Donald Trump sobre o Federal Reserve (Fed), a expectativa de cortes de juros e a forte demanda dos bancos centrais.

Na subasta da London Bullion Market Association, o ouro fechou a US$3.475 por onça troy, superando o recorde anterior de abril. No mercado spot, chegou a tocar US$3.489, quase no máximo histórico de US$3.500. A prata também brilhou, alcançando o maior nível em 14 anos, a US$40,76 por onça.
Instabilidade política impulsiona a demanda por refúgio
A incerteza sobre a independência do Fed aumentou após as tentativas de Trump de destituir a governadora Lisa Cook e pressionar o presidente Jerome Powell. Essa percepção de fragilidade institucional fortaleceu o ouro como ativo de refúgio.
Expectativas de corte de juros
Os mercados projetam um corte na taxa de juros em 17 de setembro, após o discurso de Powell em Jackson Hole e os dados de inflação PCE em linha com as previsões. O ouro, por não gerar rendimento, costuma se beneficiar em cenários de queda de juros.
Bancos centrais reforçam a demanda
Além dos EUA, bancos centrais de China, Índia, Turquia e Polônia aumentaram suas compras de ouro, consolidando o metal como o segundo maior ativo de reserva mundial, atrás apenas do dólar e acima do euro.
Incerteza global mantém a escalada
As tensões geopolíticas, o medo da inflação e a menor confiança no dólar seguem impulsionando a demanda por metais preciosos. Alguns analistas alertam que, se a instabilidade persistir, o ouro pode avançar até US$4.000 por onça. A prata também ganha força com a especulação de que poderia ser alvo de novos tarifas nos EUA.